É necessário criar estratégias e métodos facilitadores de criatividade na conceção de páginas de Internet para todos os formatos de ecrãs, especialmente nas áreas de web design e design de interface, em que a mudança são constantes e emergentes (Vale, 2015, p. 2).
Primeiramente, temos a técnica da caixa morfológica, que foi criada por Fritz Zwicky em 1948. Ela baseia-se na construção de uma tabela constituída por objetos de páginas relacionadas à área do assunto tratado pelo projeto. Com essa coleção de ícones, cores, fontes ou imagens, é possível criar combinações desses elementos, tornando-a muito útil para a criação de logomarcas, logotipos ou qualquer outro tipo de identidade visual.
Em seguida, temos a técnica do cenário. Este é um método promissor e cada vez mais utilizado por web designers e instituições de ensino devido ao seu auxílio em uma melhor percepção das perspectivas futuras do projeto, através do uso do pensamento dualista, onde o projetista tem em mente dois cenários/situações: com a ausência de tecnologias/funcionalidades e seu oposto.
Outra técnica de criatividade estimuladora amplamente utilizada é a My Favourite Things. Nela o designer reúne uma coleção de imagens sobre coisas que mais gosta com o objetivo de evitar qualquer bloqueio emocional, pois de acordo com Damásio (2003), acredita-se que as emoções possuem o poder de bloquear o processo de pensamento criativo.
Os mapas mentais também estão na lista das técnicas mais utilizadas entre esses profissionais. Ele é composto por uma ramificação de palavras-chave, onde a palavra central representa a ideia central do site que se ramifica em palavras mais específicas. Esta forma de pensamento é muito útil para a criação de uma hierarquia de menus da página, por exemplo.
Já o Brainstorming, desenvolvido por Alex Osborn nos anos 50, é caracterizado pela coleta de ideias sobre o projeto em questão que surgem de forma natural sem sofrer nenhum julgamento a princípio. Em seguida, é realizado uma seleção das melhores ideias através de análises, críticas ou sugestões a serem realizadas pela equipe participante. Esta técnica pode ser muito utilizada durante as fases iniciais dos projetos para obter uma direção a seguir.
Também temos o desenho na lista dos métodos mais utilizados. Desenhar, rabiscar ou esboçar é muito útil para concretizar qualquer ideia imediatamente no papel. Segundo Gabriela Goldschmidt (apud TSHIMMEL, 2009) “Sketch is an extension of mental imagery”.
Por último, mas não menos importante, temos a técnica do Scamper. Nela desenvolvemos uma tabela com sete variáveis para refletir sobre qualquer problema que surgir. São elas: substituir, combinar, adaptar, modificar, procurar outros usos, eliminar e arrumar. Com base nelas, formulamos uma pergunta associada a cada palavra. Essa técnica mostra-se muito útil para resolver ou evitar qualquer tipo de erro durante a finalização do projeto.
Após apresentar os tipos mais comuns de técnicas de estímulo de criatividade, a autora realizou durante um mês um inquérito para quinze empresas conceituadas do ramo de web design a respeito da aplicabilidade das técnicas de criação mencionadas. Constatou-se que existem ao menos quatro técnicas que são mais utilizadas por elas: o mapa mental, a técnica do cenário, a brainstorming e a my favourite things. As técnicas menos utilizadas foram: a Scamper, desenho criativo e a caixa morfológica. Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que, durante as etapas de desenvolvimento, os profissionais da área utilizam com maior frequência as técnicas de criatividade ao invés das técnicas mais voltadas para a criação/estratégia de conteúdo. Isso mostra que o web design é um trabalho que exige muito mais o lado artístico do que a programação em si. Hoje em dia existem muitas ferramentas de gestão de conteúdos que facilitam – e muito – cuidar de todo o processo, permitindo maior foco no design e usabilidade do conteúdo. No mundo do web design, parece que o trabalho tornou-se cada vez mais criativo/artístico e menos programático. Será?
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